Hemoterapia (parte 6)

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Lucas Arraes
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Question Answer
1) O que é retrovigilância? Parte de hemovigilância que trata da investigação retrospectiva das bolsas de doações anteriores de um doador que apresentou soroconversão ou relacionada a receptor que veio a apresentar marcador para doença transmissível.
2) Quais devem ser as características dos materiais e substâncias que entrarem em contato direto com os hemocomponentes? Devem ser estéreis, apirogênicos e descartáveis.
3) Qual é a idade limite para se realizar a primeira doação de sangue? Limite: 60 anos.
4) Paciente candidato à doação de sangue, utilizou AINE há 2 dias. Pode doar? Sim. Contudo, apenas as plaquetas serão descartadas.
5) Paciente candidato à doação de sangue em SP relata que esteve em Manuas há 2 meses. Pode doar? Sim. Deve ser realizada a pesquisa de antígenos plasmodiais, obrigatoriamente.
6) O volume de sangue total coletado na doação deve estar entre 405 e 495 ml. O que fazemos se esse volume não for atingido? Se o volume estiver entre 300 e 404ml, consideramos "unidade de baixo volume de CH". Se o volume < 300ml, descartamos.
7) Após a doação de sangue, como devemos realizar o acondicionamento das bolsas caso seja destinada à produção de CP? E se for destinada apenas à produção de CH e PFC? Se destinada à produção de CP --> armazenar em 22+2ºC até 8 horas; separar CP em até 24 horas. Se destinada à produção de CH e PFC apenas --> armazenar a 4+2ºC o mais breve possível.
8) Qual é a validade de hemácias lavadas, irradiadas e desleucocitadas? Lavadas --> 24 horas; Irradiação --> diminui para 28 dias (pode ser irradiado até 14 dias); Desleucocitação --> não altera
9) Os testes sorológicos e NAT realizados com o sangue do doador pode ser realizado em pool de amostras? Os testes sorológicos para identificação de anticorpos NÃO pode ser realizado em pool, sempre deve ser individual. O teste NAT pode ser realizados em pool. Em caso de positividade, ele deve ser desmembrado. Assim, a amostra afetada pode ser identificada.
10) Quando o teste para detecção de CMV deve ser realizado? Apenas quando grupos de risco forem receber a transfusão de CH ou CP (imunocomprometidos CMV-, paciente CMV- em QT, gestante CMV-, transfusão intra-uterina, RN < 1200g, RN filhos de mães CMV-). Pode realizar desleucocitação ao invés do teste.
11) Quando o teste para detecção de malária deve ser feito? Em regiões endêmicas de malária e caso o doador tenha visitado zona endêmica entre 1 e 12 meses.
12) Qual é a diferença de conduta inicial quando a soroconversão é identificada por NAT e testes sorológicos? Se identificada no NAT, deve-se descartar as bolsas e não é necessário repetir os testes. Se identificada apenas no teste sorológico, deve-se repetir os testes em duplicata.
13) Principais contra-indicações para transfusão de sangue de doadores com HbS +? RN, transfusão intra-uterina, acidose grave e hemoglobinopatias.
14) Qual é o volume sanguíneo extracorpóreo máximo em uma doação por aférese? 15% da volemia total.
15) Qual o volume máximo a ser coletado em uma plasmaférese transfusional? Quais os intervalos de doações? Volume máximo --> 10ml/kg (até no máximo 600ml). Intervalo --> 48 horas, 4 vezes em 2 meses e 12 vezes por ano.
16) O formulário para requisição de transfusão são preenchidos exclusivamente por médicos e devem estar completamente preenchidos. Quais informações ele deve conter? Nome, sexo, idade, data de nascimento, nº de registro do paciente, nº do leito (se houver), peso do paciente, diagnóstico, hemocomponente a ser transfundido, volume, modalidade, dados laboratoriais que justifiquem, antecedentes transfusionais e gestacionais, data, dados do médico.
17) Qual é a validade de amostra para realizar os testes pré-transfusionais? 72 horas a partir do momento que chega ao serviço de hemoterapia.
18) O teste de compatibilidade completo possui 3 etapas. Todas elas precisam ser realizadas em todos os casos? Não. A etapa da imunoglobulina (soro de coombs) poderá ser omitida, caso PAI seja negativa e não existam antecedentes transfusionais e gestacionais.
19) Por quanto tempo o transfusionista precisa ficar ao lado do paciente iniciada a transfusão? Pelo menos 10 minutos.
20) Por quanto tempo os componentes eritrocitários podem ficar em temperatura ambiente antes de iniciarmos a transfusão? Até 30 minutos.
21) Por quanto tempo o PFC e crio podem ficar armazenados após seu descongelamento? Eles podem ser recongelados se não forem utilizados? O PFC dura 24 horas e o Crio dura 6 horas, desde que sejam armazenados à 4+2°C e 22+2ºC, respectivamente. Eles não podem ser recongelados caso não sejam utilizados.
22) Por quanto tempo as plaquetas podem ficar em temperatura ambiente depois de saírem do agitador até a transfusão? Até 24 horas, desde que sejam agitadas imediatamente antes da transfusão.
23) Mulher jovem O RhD-, de 20 anos, sem antecedentes transfusionais e gestacionais, necessita de CP. O hemocentro só possui CP O RhD+. A doação pode ocorrer? Sim, desde que receba imunoglobulina anti-RhD 300ug por via parenteral, até 72 horas após a transfusão.
24) O doador associado com TRALI pode voltar a doar sangue? Sim. Ele pode doar sangue total. O CH deve ser lavado e o plasma tem apenas uso industrial. Não pode doar plaquetas por aférese.
25) HTLV, sífilis e Chagas possuem apenas teste sorológico obrigatório. Se o teste inicial der alterado, qual é a conduta? Repetir os testes em duplicata. Se positivar em pelo menos um teste, descartamos a bolsa, convocamos o doador e realizamos retrovigilância. Se negativar em ambas, liberamos a bolsa.
26) HIV, HBV e HCV possuem testes sorológicos e NAT. Qual a conduta caso NAT resulte positivo (independente dos testes sorológicos)? Descartamos a bolsa, convocamos o doador e realizamos retrovigilância.
27) HIV, HBV e HCV possuem testes sorológicos e NAT. Se o NAT resultar negativo, qual é a conduta se os testes sorológicos derem positivo? E se derem negativo? NAT- e Testes sorológicos + --> repetir os testes em duplicata. Se positivar em pelo menos um teste, descartamos a bolsa, convocamos o doador e realizamos retrovigilância. Se negativar em ambas, liberamos a bolsa. NAT- e Testes sorológicos - --> liberamos a bolsa.
28) Qual é a importância do desvio do primeiro fluxo de sangue da doação possibilitado pelo sistema de bolsas? Reduz o risco de contaminação bacteriana dos componentes sanguíneos.
29) Caso a abertura do sistema de bolsas seja feita, onde deve ser realizada? A validade das hemácias e plaquetas é alterada? Sempre deve ser realizada em cabine de segurança biológica em fluxo laminar. A validade do CH é reduzido a 24 horas e do CP a 4 horas.
30) Quais são as condições para prepararmos CH congelados? Quanto tempo podem ficar armazenadas? Sangue deve ter sido colhido até 6 dias antes do congelamento, deve ser protegido com agente crioprotetor (glicerol) e deve ficar numa temp. < -65ºC. Podem ficar armazenadas até 10 anos.
31) Quais são as duas causas principais de recusa na triagem? Anemia e hipertensão.
32) Cite as 3 condições em que devemos iniciar o protocolo de transfusão maciça? 1) Troca de 1 volemia em 24 horas (~10CH em 24hrs.); 2) Troca de 50% de volemia em 3 horas (~5CH em 3 hrs); 3) Perda 1,5ml/kg em 20 minutos (~3CH em 1 hr.).
33) Qual deve ser a relação entre CH, PFC e CP nas transfusões maciças. Para cada unidade 1 de CH transfundido, transfundimos também 1 unidade de PFC. Independente do nº de unidades de CH, transfundimos 1 unidade de CP.
34) Alteração sorológica para HIV foi detectada em doador de 17 anos. Quem deve ser convocado pelo hemocentro? Apenas o doador. Responsável que assinou termo de consentimento não deve ser informado.
35) Quanto aos períodos de inaptidão à doação de ST, julgue os casos a seguir relacionados à malária: a) Pessoa esteve em área endêmica de malária há 20 dias, nega exposição ao mosquito --> apto a doar b) Pessoa esteve em área endêmica de malária 2 meses, nega contato exposição ao mosquito --> inapto temporário c) Pessoa curada de malária (febre terçã) há 5 anos --> inapto definitivo a) F (inapto por 30 dias) b) F (apto, precisa realizar pesquisa de plasmódio ou antígeno plasmodial) c) F (apto, apenas quartã é definitivo)
36) Quanto aos períodos de inaptidão à doação de ST, julgue os casos a seguir relacionados à doença de Chagas: a) Pessoa com diagnóstico de doença há 20 anos --> inapto definitivo b) Pessoa com contato com triatomíneo em área endêmica, sem diagnóstico de Chagas --> inapto temporário c) Pessoa com contato com triatomíneo em área não endêmica, sem diagnóstico de Chagas --> apto a doar a) V b) F (inapto definitivo) c) V (realizar teste de sorológico de alta sensibilidade)
37) Quais as principais recomendações para o doador após a doação de ST? Parar o veículo imediatamente se sentirem mal estar; não realizar esforço físico até 12 horas; comunicar serviço caso tenham sinais, sintomas ou diagnóstico de processo infeccioso até 7 dias após a doação; comunicar em caso de diagnóstico de malária até 30 dias.
38) Principais grupos de risco para GVHD, necessitando de HC irradiados? Transfusão intra-uterina, RN baixo peso ou prematuro, portadores de imunodeficiência congênitas, imunossuprimidos pós-transplante de MO, pacientes em tratamento ou imunossupressor para malignidades hematológicas, receptor de plaquetas HLA compatíveis, qualquer grau de parentesco, transfusão de CG, entre outros.
39) Na transfusão de CH, sempre precisamos repetir a tipagem ABO direta e RhD nos testes pré-transfusionais da bolsa? A tipagem ABO sempre é repetida. Já a tipagem RhD precisa ser repetida apenas quando a bolsa é rotulado como "RhD negativo". Não é necessário repetir pesquisa de D fraco.
40) Corrija a afirmação a seguir: o uso de hemácias fenotipadas é obrigatório para receptores que possuem PAI positivo com aloanticorpo identificado e para pacientes que estão ou entrarão em transfusão crônica. É obrigatório apenas se houver PAI com aloanticorpo identificado. No caso de transfusão crônica é recomendado.
41) O que se deve fazer caso o CH a ser transfundido num RN não seja tipo O e tipagem ABO entre mãe e filho seja diferente? Justifique. Deve-se realizar pesquisa de anti-A e anti-B no soro da criança antes da transfusão, pois pode haver anticorpos maternos na circulação da criança.
42) Cite principais contraindicações absolutas de transfusão autóloga. ICC descompensada, estenose aórtica grave, angina pectoris instável, IAM ou AVCi nos últimos 6 meses, cardiopatia cianótica, infecção ativa ou tratamento com antimicrobiano.
43) Quais medidas de hemovigilância devemos tomar quando ocorrer uma TRALI? Deve-se rastrear o doador envolvido e demais componentes sanguíneos dele coletados. Os doadores associados a TRALI serão liberados para doação de ST. Contudo, o CH deve ser lavado e plasma será usado apenas para fracionamento industrial. Eles também não poderão doar plaquetas por aférese.
44) Como deve ser realizada a liberação de CH na transfusão maciça? Se o tipo sanguíneo do receptor for desconhecido, liberar CH O- filtrado e irradiado. Depois da tipagem, liberar apenas isogrupo. Se o tipo sanguíneo do receptor for compatível, liberar isogrupo e/ou compatíveis.
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