Caption: : Trabalho realizado por: Ângela Matos Nº6 12ºG
Slide 2
índice
Introdução;
Estrutura externa e interna do episódio;
Personagens principais;
Síntese do Concílio dos Deuses,
Explicação do episódio;
Conclusão
Slide 3
Estrutura externa e interna
Estrutura externa:
Canto I (106 estrofes) , 19-41 (22 estrofes);
Oitavas;
Maioria de versos heróicos (decassílabos com sílabas tónicas nas posições 6 e 10)
exemplo: As armas e os barões assinalados(...) Em perigos e guerras esforçados;
Esquema rimático AB-AB-AB-CC: rima cruzada (6 primeiras estrofes) e emparelhada (2 últimas estrofes).
Estrutura interna:
O episódio insere-se na narração, ação principal iniciada in media res;
Planos narrativos presentes: o plano da viagem e o plano mitológico (maravilhoso).
Narração in media res;
Oceano Índico;
Mercúrio convoca os Deuses para uma reunião no Olimpo, segundo as ordens de Júpiter;
Discute-se a fortuna dos Lusitanos no Oriente;
Apoiados por Júpiter, Vénus e Marte
Não apoiados por Baco.
Est. 19 - Plano da viagem1ª parte do episódio - relato da viagem"Já no largo Oceano navegavam, As inquietas ondas apartando;Os ventos brandamente respiravam,Das naus as velas côncavas inchando;Da branca escuma os mares se mostravamCobertos, onde as proas vão cortandoAs marítimas águas consagradas,Que do gado de Próteo são cortadas"
Est. 20 - início do Plano Mitológico2ª parte do episódio - intervenção dos Deuses"Quando os Deuses no Olimpo luminoso,Onde o governo está da humana gente,Se ajuntam em concílio gloriosoSobre as cousas futuras do Oriente.Pisando o cristalino Céu formoso,Vêm pela Via-Láctea juntamente,Convocados da parte do Tonante,Pelo neto gentil do velho Atlante."
Est. 21"Deixam dos sete Céus o regimento,Que do poder mais alto lhe foi dado,Alto poder, que só co'o pensamentoGoverna o Céu, a Terra, e o Mar irado.Ali se acharam juntos num momentoOs que habitam o Arcturo congelado,E os que o Austro tem, e as partes ondeA Aurora nasce, e o claro Sol se esconde."
Est. 22"Estava o Padre ali sublime e dino,Que vibra os feros raios de Vulcano,Num assento de estrelas cristalino,Com gesto alto, severo e soberano.Do rosto respirava um ar divino,Que divino tornara um corpo humano;Com uma coroa e ceptro rutilante,De outra pedra mais clara que diamante."
Est. 23"Em luzentes assentos, marchetadosDe ouro e de perlas, mais abaixo estavamOs outros Deuses todos assentados,Como a razão e a ordem concertavam:Precedem os antíguos mais honrados;Mais abaixo os menores se assentavam;Quando Júpiter alto, assi dizendo,C'um tom de voz começa, grave e horrendo:"
Descrição de Júpiter, do Olimpo e dos Deuses
Slide 10
Discurso de Júpiter
Est. 24"Eternos moradores do luzenteEstelífero pólo, e claro assento,Se do grande valor da forte genteDe Luso não perdeis o pensamento,Deveis de ter sabido claramente,Como é dos fados grandes certo intento,Que por ela se esqueçam os humanosDe Assírios, Persas, Gregos e Romanos."
Est. 25"Já lhe foi (bem o vistes) concedidoC'um poder tão singelo e tão pequeno,Tomar ao Mouro forte e guarnecidoToda a terra, que rega o Tejo ameno:Pois contra o Castelhano tão temido,Sempre alcançou favor do Céu sereno.Assim que sempre, enfim, com fama e glória,Teve os troféus pendentes da vitória."
Slide 11
Est. 26"Deixo, Deuses, atrás a fama antiga,Que coa gente de Rómulo alcançaram,Quando com Viriato, na inimigaGuerra romana tanto se afamaram;Também deixo a memória, que os obrigaA grande nome, quando alevantaramUm por seu capitão, que peregrinoFingiu na cerva espírito divino."
Est. 27"Agora vedes bem que, cometendoO duvidoso mar num lenho leve,Por vias nunca usadas, não temendoDe Áf rico e Noto a força, a mais se atreve: Que havendo tanto já que as partes vendo Onde o dia é comprido e onde breve, Inclinam seu propósito e porfiaA ver os berços onde nasce o dia."
Discurso de Júpiter
Slide 12
Est. 28"Prometido lhe está do Fado eterno,Cuja alta Lei não pode ser quebrada,Que tenham longos tempos o governoDo mar, que vê do Sol a roxa entrada.Nas águas têm passado o duro inverno;A gente vem perdida e trabalhada;Já parece bem feito que lhe sejaMostrada a nova terra, que deseja."
Est. 29"E porque, como vistes, têm passadosNa viagem tão ásperos perigos,Tantos climas e céus experimentados,Tanto furor de ventos inimigos,Que sejam, determino, agasalhadosNesta costa africana, como amigos.E tendo guarnecida a lassa frota,Tornarão a seguir sua longa rota."
Discurso de Júpiter
Slide 13
Est. 30"Estas palavras Júpiter dizia,Quando os Deuses por ordem respondendo, Na sentença um do outro diferia,Razões diversas dando e recebendo.O padre Baco ali não consentiaNo que Júpiter disse, conhecendoQue esquecerão seus feitos no Oriente,Se lá passar a Lusitana gente."
Est. 31"Ouvido tinha aos Fados que viriaUma gente fortíssima de EspanhaPelo mar alto, a qual sujeitariaDa índia tudo quanto Dóris banha,E com novas vitórias venceriaA fama antiga, ou sua, ou fosse estranha.Altamente lhe dói perder a glória,De que Nisa celebra inda a memória."
Posição de Baco
Slide 14
Est. 32"Vê que já teve o Indo sojugado,E nunca lhe tirou Fortuna, ou caso,Por vencedor da Índia ser cantadoDe quantos bebem a água de Parnaso.Teme agora que seja sepultadoSeu tão célebre nome em negro vasoD'água do esquecimento, se lá chegamOs fortes Portugueses, que navegam."
Est. 33"Sustentava contra ele Vénus bela,Afeiçoada à gente Lusitana,Por quantas qualidades via nelaDa antiga tão amada sua Romana;Nos fortes corações, na grande estrela,Que mostraram na terra Tingitana,E na língua, na qual quando imagina,Com pouca corrupção crê que é a Latina."
Est. 34"Estas causas moviam Citereia,E mais, porque das Parcas claro entendeQue há de ser celebrada a clara Deia,Onde a gente belígera se estende.Assim que, um pela infâmia, que arreceia,E o outro pelas honras, que pretende,Debatem, e na porfia permanecem;A qualquer seus amigos favorecem."
Slide 16
Est. 35"Qual Austro fero, ou Bóreas na espessuraDe silvestre arvoredo abastecida,Rompendo os ramos vão da mata escura,Com ímpeto e braveza desmedida;Brama toda a montanha, o som murmura,Rompem-se as folhas, ferve a serra erguida:Tal andava o tumulto levantado,Entre os Deuses, no Olimpo consagrado."
Est. 36Mas Marte, que da Deusa sustentavaEntre todos as partes em porfia,Ou porque o amor antigo o obrigava,Ou porque a gente forte o merecia,De entre os Deuses em pé se levantava:Merencório no gesto parecia;O forte escudo ao colo penduradoDeitando para trás, medonho e irado,"
Est. 37"A viseira do elmo de diamanteAlevantando um pouco, mui seguro,Por dar seu parecer, se pôs dianteDe Júpiter, armado, forte e duro:E dando uma pancada penetrante,Com o conto do bastão no sólio puro,O Céu tremeu, e Apolo, de torvado,Um pouco a luz perdeu, como enfiado."
Descrição e discurso de Marte
Slide 18
Est. 38"E disse assim –"Ó Padre, a cujo impérioTudo aquilo obedece, que criaste,Se esta gente, que busca outro hemisfério,Cuja valia, e obras tanto amaste,Não queres que padeçam vitupério,Como há já tanto tempo que ordenaste,Não ouças mais, pois és juiz direito,Razões de quem parece que é suspeito."
Est. 39"Que, se aqui a razão se não mostrasseVencida do temor demasiado,Bem fora que aqui Baco os sustentasse, Pois que de Luso vem, seu tão privado; Mas esta tenção sua agora passe,Porque enfim vem de estâmago danado; Que nunca tirará alheia invejaO bem, que outrem merece, e o Céu deseja."
Descrição e discurso de Marte
Slide 19
Est. 40"E tu, Padre de grande fortaleza, Da determinação, que tens tomada, Não tornes por detrás, pois é fraquezaDesistir-se da cousa começada.Mercúrio, pois excede em ligeirezaAo vento leve, e à seta bem talhada,Lhe vá mostrar a terra, onde se informeDa índia, e onde a gente se reforme."
Est. 41"Como isto disse, o Padre poderoso,A cabeça inclinando, consentiuNo que disse Mavorte valeroso,E néctar sobre todos esparziu.Pelo caminho Lácteo gloriosoLogo cada um dos Deuses se partiu,Fazendo seus reais acatamentos,Para os determinados aposentos."