Hoje, mais do que em todos os outro dias, eu desejei escrever sobre você e sobre todas as galáxias que existem em seus olhos e sobre todos os tons e semitons do seu riso. Posso ser hipócrita por estar escrevendo palavras em um papel sobre você, mesmo não te amando mais, de todas as coisas essa foi a causa de angústia e alívio, eu não te amava mais, meu coração se aquecia ao pensar em você, mas eu não te amava, não mais. O sentimento de culpa consegue ser mais difícil de carregar do que o sentimento de solidão, eu já senti os dois. A culpa é sorrateira e se apossa do seu corpo sutilmente, corroendo todos os seus orgãos, logo chegando no coração. Já a solidão chega de forma espalhafatosa e violenta, espremendo você até transbordar e se sufocar com o próprio desespero. Eu me senti culpada por deixar de te amar, e me senti solitária quando o vi partir, quando você começou a me tirar da sua vida conturbada, definitivamente. Eu não me atrevi sofrer por nenhum segundo sequer, pois sabia e sei que o seu sofrimento é maior que o meu em proporções drásticas. Você não desistiu, em momento algum titubeou ao dizer que me amava mas com o tempo percebeu que as coisas não voltariam a ser como antes, mesmo assim não desistiu, apenas se afastou, sei que em algum lugar seu coração ainda luta por nós dois. Você era minha gaiola sem grades, e eu sou sua válvula de escape. Olhando pela janela grande da cozinha sentindo o vento entrar suavemente, decidi abrir todas as portas da casa e te deixar sair, tenho consciência de que logo será um dos pássaros que cantam alegres pelo céu. Assim como Plutão você não é mais um planeta, eu te tirei do meu sistema solar, e isso é a prova de que eu não te mereço no meu pequeno universo. Não deixe sua felicidade de lado por conta de alguém que deixou de te amar, afinal como já dizia alguém, o seu ser e existir é contemplável, e a prova disso é que você está gravado nas folhas de um poeta louco. Srta.Gunner
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